O juiz Edson Lima, da 2ª Vara Cível de Samambaia, determinou liminarmente o afastamento de uma conselheira tutelar do Distrito Federal, por ter se passado por uma colega para abrir um processo contra a mãe de um jovem que teria relação com a família dela. Segundo a denúncia do Ministério Público do DF e dos Territórios (MPDFT), a conselheira é sobrinha da atual mulher do pai do adolescente.
A conselheira foi identificada como Mona Lisa Vieira. “Defiro a tutela provisória para determinar o afastamento imediato e cautelar de Mona Lisa Vieira do cargo de Conselheira Tutelar do Cruzeiro/DF, até decisão em sentido contrário”, escreveu o magistrado em decisão proferida nessa segunda-feira (8/9).
Mona Lisa virou alvo de uma ação civil pública após o caso chega ao MPDFT. De acordo com o relatório do órgão, Mona se passou por uma outra colega e enviou um e-mail à mãe do adolescente. Na mensagem, a conselheira disse que havia uma denúncia contra a mãe e que ela deveria enviar um relatório sobre o adolescente.
A mulher desconfiou, já que mora em outra região administrativa distante do Cruzeiro, mas mandou o e-mail. Em seguida, recebeu um retorno com a informação de que o caso havia sido passado para Mona Lisa.
Incomodada com a situação, a mulher foi pessoalmente ao Conselho Tutelar do Cruzeiro, onde descobriu que a pasta com informações do filho estava no conselho do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), e que não havia nenhuma denúncia contra ela.
Confissão
Em oitiva ao MPDFT, Mona Lisa afirmou que mentiu sobre o endereço do adolescente para tentar abrir uma pasta com informações dele no Cruzeiro.
Ela ainda confirmou que se passou por outra conselheira e que sabia da relação familiar com o genitor do menino. “O que vocês entendem como vínculo familiar, eu não tinha essa compreensão. Até mesmo porque a gente não tinha uma relação há bastante tempo. Ele [pai da criança] é casado com a irmã da minha mãe”, disse Mona Lisa.
O caso chegou à Justiça em 30 de junho deste ano. Em agosto, Mona Lisa pediu licença do cargo para tratar da própria saúde. Procurada, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), responsável pelos conselhos tutelares,informou que aguarda a autuação do oficial de justiça para a “devida intimação e continuidade dos procedimentos previstos”.
Fonte: Metrópoles