Ramos sobre Previdência: “Foi entregue mais do que o governo pediu”

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    O presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos, afirmou que foi entregue mais do que o governo pediu na votação do texto na Câmara dos Deputados, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (05/07/2019). O parlamentar voltou a criticar o regime de capitalização, proposto pelo ministro Paulo Guedes, e manteve a postura crítica ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.

    “A Câmara está entregando ao presidente Bolsonaro mais do que ele pediu. O presidente encaminhou um projeto de R$ 1,2 trilhão, mas com um custo de transição – para o sistema de capitalização – que era enorme. Nós entregamos R$ 1 trilhão sem esse custo de transição. O presidente terá efetivamente uma economia de R$ 1 trilhão”, declarou Ramos.

    Ao assumir a presidência da Comissão Especial, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) não escondeu a sua falta de simpatia por Bolsonaro. No entanto, ele se comprometeu a trabalhar pela reforma da Previdência encaminhada pelo Executivo. Contudo, a equipe econômica do governo sugeriu o sistema de capitalização, ponto que não foi bem recebido pelo parlamentar.

    Para a próxima fase da proposta, que será a votação no plenário da Câmara, Ramos disse esperar que os lobbies por benefícios para categorias continuem, mas prevê um comprometimento dos congressistas com a pauta econômica. Sobre a inclusão dos estados e municípios, ele afirmou que “ainda dá tempo” de ser inserido no texto.

    “Não podemos perder a chance de resolver a questão previdenciária dos estados, porque no fim essa conta depois vai para a União. Não será um movimento fácil. Nós abrimos mão dessa estratégia na comissão, porque não valeria a pena perder a reforma para a União e não havia tinha unidade entre os parlamentares para incluir estados e municípios. Mas acho que vale a pena tentar”, avaliou.

    “Dois Bolsonaros”
    Durante a votação da Previdência na Câmara, Bolsonaro foi chamado de traidor por parlamentares da oposição. Para Ramos, “há dois Bolsonaros”, um corporativista e um liberal. “Eu costumo dizer que existem dois Bolsonaros. Existe um Bolsonaro de 28 anos de comprometimento com as pautas corporativas mais atrasadas e existe um Bolsonaro que se vestiu de liberal na campanha”, disse.

    “Vez por outra, esses dois Bolsonaros entram em conflito. Toda vez que eles entraram em conflito, venceu o populista. Foi o que aconteceu na questão do aumento do diesel, por exemplo, e antes do envio da reforma da Previdência ao Congresso”, explicou. E continuou: “O Bolsonaro populista, que precisava fazer um gesto para a corporação, entrou em conflito com o Bolsonaro liberal, que não podia ceder à corporação, e com o Bolsonaro estadista, que precisava pensar mais no país do que no seu compromisso de campanha. Mais uma vez, venceu o populista. Vez por outra isso vai acontecer nesse governo”.

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