Nos últimos sete anos, a comunidade do Cruzeiro perdeu 4 mil membros

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    Os números comprovam a percepção que o brasiliense tem do Cruzeiro: um lugar de boêmios, servidores públicos, gente que chegou à capital do país na década de 1970, cresceu no bairro e hoje sustenta renda estável e bom nível de escolaridade. A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou ontem a 24ª Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). A previsão é que ainda neste semestre as 30 regiões administrativas estejam mapeadas.

    Dividido entre velho (casas) e novo (prédios), o Cruzeiro apresenta um fato inusitado: a população do bairro encolheu de 40 mil pessoas, em 2004, para 36 mil pessoas, em 2011. Os técnicos avaliam que a grande proporção de idosos — 17,7% dos moradores têm 60 anos ou mais, mais que o dobro da média do DF — ajuda a explicar a diminuição. Crianças até 9 anos representam o menor percentual entre as cidades já pesquisadas —7,8% dos habitantes.

    A maioria da população do Cruzeiro não nasceu no DF, com destaque para imigrantes do Sudeste (35,9%), principalmente de estados como Minas Gerais (18,5%) e Rio de Janeiro (12,1%). As mulheres predominam (52,8%) e são chefes em 26,2% dos domicílios. Todos os terrenos do bairro, localizado em área tombada de Brasília, são regularizados. Pouco mais de 63% dos moradores vivem em casas próprias, contra 21,9% de inquilinos.

    A renda per capita mensal do Cruzeiro (R$ 2.059) só perde, por enquanto, para a de Águas Claras (R$ 2.282) e a do Jardim Botânico (R$ 3.462). Os salários se mantiveram estáveis nos últimos sete anos, mas o índice de gini — que mede a desigualdade social — melhorou. O coeficiente saiu de 0,452, em 2004, para 0,380, em 2011. Quanto mais próximo de zero, menos desigual é a localidade.

    O salto no nível de escolaridade apontado pelos dados merece destaque, na avaliação da presidente da Codeplan, Ivelise Longhi. O número de moradores com nível superior completo dobrou nos últimos sete anos — pulando de 14% para 28,6%. Cerca de 2,5% têm mestrado, doutorado ou curso de especialização. O índice de analfabetismo não passa de 0,5%. “Estamos falando de uma população altamente instruída”, diz Ivelise.

    A pesquisa também indicou que o Cruzeiro é um bairro consolidado. Todos os domicílios são atendidos pelas redes de água e esgoto sanitário e pela coleta de lixo. Asfalto e iluminação pública contemplam 99,8% da região. Apesar da infraestrutura, faltam medidas de acessibilidade para atender a população idosa.

    O servidor público Maurelino Moreira Soares, 57 anos, morou no Cruzeiro quando chegou a Brasília, em 1972, e um ano atrás se mudou para sua segunda temporada no bairro. “Adoro a tranquilidade desse lugar e a facilidade de acesso ao Plano Piloto”, afirma o economista cearense, pós-graduado. “O Cruzeiro é um ótimo lugar”, completa ele, com a ressalva de que “a feira permanente precisa de cuidados”.

    Ocupação data de 1955

    A ocupação do Cruzeiro começou em 1955, nas terras da Fazenda Bananal, área desapropriada para a construção da nova capital. As construções definitivas se iniciaram três anos mais tarde, para receber servidores públicos transferidos de outros estados, principalmente do Rio de Janeiro.

    Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/01/27/interna_cidadesdf,287767/nos-ultimos-sete-anos-a-comunidade-do-cruzeiro-perdeu-4-mil-membros.shtml

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