Princesa dos Hospitais.

0
9267

Tudo começou
Doze anos atrás. Eu estava trabalhando e de repente passei mal, fui levada imediatamente ao hospital e fiquei por 3 messes internada.
Recebi o diagnóstico de Lúpus Erotematoso Sistêmico achava que saberia me virar bem com isso…
Sem ter noção da dimensão do que era na realidade, a ficha demorou muito a cair .
Pensei que seria “uma coisa” tranquila e que isso não ia mexer na minha qualidade de vida. E aos poucos a ficha foi caindo…. Quando vi que minha vida teria várias limitações chorei, gritei, e já se passaram mais de doze anos. Hoje sei que Lúpus não é uma Condenação, e sim uma readaptação . É constante estrada de lutas e vitórias, sucessos e tristezas, e me traz muitas limitações.
A negação do diagnóstico é algo quase tão “comum” quanto o saber que tenho um destino mudado, limitado, dores incalculáveis, nada de exposição ao sol.( chacotas por conta da pele branca)

De repente o hospital virou minha segunda casa, e fiquei tão familiarizada com exames e remédios que parecia uma estudante de medicina.
Nesses 12 anos foram várias internações e cirugias, e inúmeros diagnósticos de doenças que nunca imaginei que existiam e que Eu enfrentaria sorrindo. A cada comprimido do coquetel-vida (assim chamo porque me devolve a vida) eu agradeço, pois sei que estou me fortalecendo e que um dia poderei não precisar tomar tantos, eu creio, kkkk… até lá, continuo tomando os remédios e agradecendo a quem me conhece e sabe como enfrento as coisas com muito humor!! A maior dificuldade é de quem está próximo não consegue nos entender. Tenho muitos medos, dúvidas e a certeza que existe Um Deus e que Ele Tudo Pode.
A maior e melhor escolha que fiz foi não deixar meu sofrimento no anonimato. Nunca me calei, rompi o silêncio e não aceito Preconceito de quem não sabe a respeito daquilo pelo que eu passo. Não me isolo, participo de quase tudo (dentro do meu limite), faço minhas atividades (e olha que não são poucas) e repouso quando vejo que meu corpo já não aguenta.
Faço de tudo para ver se volto a ter minha vidinha o mais próximo possível do normal.
Eu escolhi viver!!!
Eu escolhi Vencer!
Eu não desisto!!
Enquanto muitos reclamam por serem pacientes de uma doença crônica eu agradeço, pois foi um meio disso que Deus usou para tornar-me uma nova pessoa; para que eu fosse acordada para a vida com outros olhos.
Enfrento algo tão grandioso, tão diferente de tudo pelo que já passei, porque Deus sabe a força e capacidade de superar que tenho.
E foi no meio deste casulo (é assim que chamo o momento em que a doença entra em atividade) que na primeira internação passei datas importantes encausurada.
E nesse momento percebi como são poucas as pessoas que aparecem na semana ou no dia das datas especiais.
Por não ter vaga na Cardiopulmar fui parar na pediatria (Deus sabe o que faz). Ali eu voltei a ser criança (e como é bom).
Em uma conversa íntima com Deus falei que se por um acaso eu saisse com vida ( estava desenganada pela medicina ) eu iria realizar um projeto.
Deus me atendeu.
Saí bem debilitada, mas saí.
E fui cumprir com a minha palavra .
No início não foi fácil.
Muita dificuldade pra se entrar em um hospital público e entregar brinquedos para as crianças internadas.
Hospital de base foi meu primeiro hospital, lembro como se fosse hoje, fui recebida pela Crishna Moreno( me tratou super bem e abriu a porta para outros hospitais.
Hoje em dia meu projeto é reconhecido por muitos.
Ganhou muitos parceiros, inclusive o grupo Balzac solteiros do DF.
Todos os anos realizo uma feijoada beneficente na qual arrecado fundos para compra de brinquedos para serem entregues.
Na feijoada as pessoas também podem levar um brinquedo e doar.
Essa foi uma maneira que encontrei para aliviar um pouco a dor dessas crianças e poder
levar um pouco de alegria para àquelas que passam datas comemorativas internadas (Páscoa, Dia das Crianças, Natal).
Eu agradeço a Deus, pois quando a lagarta saiu do casulo e se transformou na Princesa dos Hospitais.
E nessas horas eu esqueço os dias em que o desânimo tenta me invadir, e então vejo o sorriso daquelas crianças. continuo seguindo…porque o momento que proporciono para cada criança vai ficar para sempre em sua mente.
Toda vez que a princesa visita os hospitais , meu organismo se renova.
Não existe nada mais gratificante que ver o sorriso de uma criança em meio a dor!!!
A cada data comemorativa eu agradeço a Deus por não me deixar desistir. Agradeço o Presente de estar viva por mais um dia, agradecendo às pessoas que Ele colocou em meu caminho.
Hoje em dia a princesa faz visita no Hospital de Base
Hospital Regional da Asa Norte.
HMIB
Hospital Regional de Ceilandia.
Hospital Regional de Taguatinga.
Quero agradecer aos anjos que Deus colocou no meu caminho
Crishna Moreno
Caren Queiroz
Thatiana Gimenes
Esmeralda Franio
Silvia
Denise
Sandra
Fabiola
Fabiana Martins
Mauríceia.
Ludimilla Abreu
Que sempre me receberam com muito carinho e amor.
Obrigada meninas por fazerem parte do meu sonho.

Quem quiser contribuir doando um brinquedo entra em contato no telefone                     61 999997-4800  -zap- Leila Cristina

Artigo anteriorFacebook pagou terceirizados para ouvir e transcrever áudios de usuários do Messenger
Próximo artigoAssessor de deputado da câmara legislativa que cuspiu em porteiro no DF é exonerado