O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse em entrevista ao site O Antagonista que é “forçação de barra” interpretar o acesso que teve aos áudios registrados na portaria do seu condomínio como um apossível obstrução à Justiça.
“Não fizemos cópia de nada, não levamos a secretária eletrônica a lugar nenhum. Meu filho foi lá, botaram na tela 14 de março do ano passado e onde tinha ligação para as duas casas, para a minha e a dele, ele clicou em cima e gravou o áudio. Nada mais além disso. Qualquer outra interpretação é forçação de barra.”, disse o presidente.
Mais cedo, a jornalistas, o presidente afirmara que “pegou” a gravação antes “dela ser adulterada”. “Pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de anos. A voz não é a minha, não é do ‘seu Jair’. Agora, o que que eu desconfio? Que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Agora quem está por trás disso?
Bolsonaro não deixou claro por quem ou por qual motivo o conteúdo seria adulterado. Ele também não esclareceu em qual data teve acesso às gravações do condomínio.
Na quarta-feira (30), o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), mostrou gravações da portaria do condomínio e não havia registros de ligações do porteiro para seu pai.
As declarações do presidente ocorreram na manhã deste sábado (02/11/2019) e provocou reação de políticos de oposição, alguns já falam em impeachment. Além disso, a opositores falam em pedir uma nova perícia nos áudios registrados na portaria no dia em que ocorreu o assassinato da vereadora do Psol.
Investigações apontam que o carro que conduziu os suspeitos de terem assassinado a vereadora e seu motorista partiu horas antes do crime do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A entrada de um dos suspeitos, de acordo com depoimento prestado por um porteiro no inquérito que corre em segredo teria apontado o “Sr. Jair” como morador da casa 58 que teria autorizado a entrada.
Na última quarta-feira (30/11/2019), Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) divulgou imagens e áudios, retirados do sistema, segundo ele, que grava as ligações feitas da portaria para as casas no Condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro (RJ). “O que dirão agora?”, questionou o vereador licenciado após uma reportagem da TV Globo apontar o pai como citado em depoimento do porteiro do condomínio.
A pedido da @VEJA ! Não se preocupem, abutres, disponibilizo também o áudio da ligação feita no dia 14/03/2018 para a casa 58 e 36, tempos antes e depois da ligação que realmente importa, feita para a casa 65, às 17:13. O que dirão agora? íntegra: https://t.co/fT0ujToQS2 pic.twitter.com/gagehSAr7g
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 30, 2019
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