No dia da ação do Ministério Público do Rio em endereços do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e seus assessores, o presidente Jair Bolsonaro evitou a imprensa e não discursou em evento público. Bolsonaro deixou cerimônia no Palácio do Planalto por trás da rampa que leva ao Salão Nobre, distante da imprensa. Ao sair do Palácio da Alvorada, pela manhã, e ao retornar à residência oficial, no fim da tarde, Bolsonaro também evitou falar com os jornalistas.
O presidente costuma responder perguntas de repórteres em frente ao Alvorada. Nesta quarta-feira (18/12/2019), Bolsonaro só discursou em um evento evangélico feito em um clube de Brasília. Jornalistas não puderam participar da cerimônia.
À tarde, Flávio visitou o pai no Palácio da Alvorada. O filho do presidente foi em carro oficial do Senado para o local por volta das 17h30. O presidente chegou pouco depois, antes das 18h, e desceu pela frente do Palácio.
Mais cedo, Bolsonaro participou de um almoço de confraternização com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Tribunal de Contas da União (TCU), José Mucio; da Câmara, Rodrigo Maia (DEM); e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), além do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Segundo pessoas presentes no evento, Bolsonaro não tratou da operação contra Flávio e não teria demonstrado preocupação. O almoço foi confirmado na terça-feira e acabou coincidindo com o dia da operação.
Flávio, Queiroz, ex-mulher
O MP do Rio realizou nesta quarta-feira operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Flávio Bolsonaro, seus ex-assessores, entre eles Fabrício Queiroz e parentes da ex-mulher do presidente Ana Cristina Siqueira Valle, mãe de um dos filhos de Bolsonaro, Jair Renan.
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. As buscas aconteceram em endereços da capital e em Resende, no sul do estado. A operação se deu no âmbito da investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando ele era deputado estadual.
O advogado de Flávio, Frederick Wassef, afirmou que uma loja de chocolates do senador foi alvo da operação. “Invadiram a empresa do meu cliente, mas certamente não vão encontrar nada, simplesmente por que não existe nada que o comprometa. Vão pegar documentos, informações do dia a dia de uma empresa de chocolates, nada mais”, declarou.
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