Força-tarefa investiga esquema de pagamento de propina para policiais em troca de proteção nas investigações realizadas em um núcleo da Polícia Federal.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) prenderam nesta quinta-feira (15) o delegado da PF Wallace Noble na Operação Tergiversação 2, contra uma suspeita de corrupção dentro da própria corporação.
Pela manhã a PF informou que os dois mandados de prisão haviam sido cumpridos. Entretanto, no fim da tarde, as informações foram atualizadas e um dos alvos não tinha sido preso.
Esta segunda fase mira empresários suspeitos de pagar propina para policiais e servidores em troca de proteção em investigações na PF. Advogados apontados como intermediários das cobranças de vantagens indevidas também são alvos da força-tarefa.
A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu ainda 33 mandados de busca e apreensão.
Entre os alvos das buscas nesta quinta estavam o delegado da PF Lorenzo Pompílio da Hora, o escrivão Éverton da Costa Ribeiro — presos na primeira fase da operação —, além de um delegado da Polícia Civil do RJ.
Blindagem mediante propina
A primeira etapa da operação, em junho do ano passado, prendeu um delegado da ativa da PF, um escrivão da PF e um advogado.
A força-tarefa afirmou à época que o esquema excluía, mediante propina, os nomes de empresários e de suas companhias das investigações em curso em um núcleo da Polícia Federal. Seis pessoas foram denunciadas pelo MPF pelos crimes de corrupção ativa e passiva.
Agentes da Polícia Federal cumprem mandados na Operação Tergiversação 2 — Foto: Erick Rianelli / TV Globo
A Operação Tergiversação 1
No dia 11 de junho de 2019, a PF e o MPF prenderam o delegado de Polícia Federal Lorenzo Pompílio da Hora, o escrivão Éverton da Costa Ribeiro e um advogado.
A PF afirma que os servidores contavam com a atuação de operadores, que usavam seus contatos para se aproximar dos investigados e pedir os pagamentos de vantagens indevidas, além de viabilizar o recebimento de propina e as operações de lavagem de dinheiro.
Pagamentos entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão eram feitos, na maior parte das vezes, em dinheiro. Outros valores foram repassados por meio de transferências a empresas ligadas aos operadores.