A indústria da música conta com a representatividade de mulheres que se destacam como artistas e compositoras. Mas elas fazem parte de uma minoria, já que a participação feminina no mercado musical ainda é muito pequena em relação ao espaço ocupado pelos homens. Com o relatório O que o Brasil ouve – Edição Mulheres na Música, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) apresenta um balanço sobre a presença das mulheres nesse mercado e mostra que houve um crescimento, ainda que discreto, nos últimos anos.
A segunda edição do relatório, divulgado próximo ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta terça-feira (8/3), mostra que a participação feminina em relação ao número de titulares de música beneficiados com direitos autorais apresentou um aumento de 5% em 2021.
A presença feminina no ranking dos 100 autores com maior rendimento, considerando todos os segmentos de execução pública, também cresceu: apesar da presença esmagadora dos homens, a presença feminina dobrou de 2020 para 2021, saltando de 2% para 4%. Mesmo com os avanços, a média de apenas quatro mulheres entre os 100 autores com maior rendimento nos últimos cinco anos mostra que o cenário ainda está longe da igualdade.
Os titulares de música são os compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos filiados em uma das sete associações de música que administram o Ecad.
Do total de valores distribuídos em 2021, as mulheres receberam cerca de 7%, igualando o resultado de 2020.
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Ludmilla Oliveira da Silva, de 26 anos, é cantora, compositora, atriz e empresária brasileira. Natural de Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, a jovem se tornou fenômeno nacional quando ainda tinha 19 anos. Hoje, a funkeira é uma das cantoras mais ouvidas no Brasil Reprodução/ Instagram
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Abandonada pelo pai quando ainda era recém-nascida, Ludmilla foi criada pela mãe com a ajuda da avó, do tio e do ex-padrasto. A jovem tem dois meios-irmãos Luane Oliveira Alves, de 24 anos, e Yuri Oliveira dos Santos, de 16 anos Reprodução/Instagram
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De origem humilde, Ludmilla descobriu o talento para música aos 8 anos, enquanto cantava em encontros da família. Ao perceber o dom da menina, o ex-padrasto a chamou para integrar o grupo de pagode que mantinha à época. Desde então, a jovem nunca mais parou de cantar e decidiu seguir carreira na música Reprodução/Instagram
Em 2012, Ludmilla criou um canal no YouTube para dividir com seguidores canções autorais e covers. Apresentando-se como MC Beyoncé, em homenagem à cantora americana, Ludmilla fez sucesso na plataforma de vídeo com a canção Fala Mal de Mim, o que lhe rendeu diversos convites para se apresentar em bailes funk no Rio Reprodução/Instagram
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No entanto, após se desentender com o empresário que tinha, a cantora parou de utilizar o nome artístico e se apresentar apenas com o nome de batismo, que utiliza desde então Reprodução/Instagram
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Em 2014, Ludmilla assinou contrato com a gravadora Warner e lançou os singles Te Ensinei Certin, Sem Querer e Hoje, que a colocou nas paradas de sucesso Reprodução/Instagram
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Em 2015, foi indicada pela primeira vez ao prêmio Melhores do Ano do Domingão do Faustão e saiu vitoriosa com a canção Hoje Multishow/Divulgação
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Após lançar o disco A Danada Sou Eu, em 2016, a funkeira foi indicada ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa Reprodução/Instagram
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E não parou por ai! Ludmilla também ganhou duas vezes na categoria Melhor Cantora do prêmio Multishow de Música Brasileira, se tornando a primeira negra a conquistar o troféu em mais de 25 anos da premiação, e indicada quatro vezes ao MTV Europe Music Award para Melhor Artista Brasileiro Reprodução/Instagram
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Durante a carreira, Ludmilla já cantou ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Gusttavo Lima, Anitta, Alcione e Marília Mendonça, por exemplo Reprodução/Instagram
Assumidamente bisexual, Ludmilla é casada com a dançarina Brunna Gonçalves, integrante da equipe do balé da funkeira Reprodução/Instagram
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No showbusiness, Ludmilla também se envolveu em polêmicas. Uma das maiores, inclusive, foi com a cantora Anitta devido a um feat conturbado. Depois do lançamento da música Onda Diferente, hit das duas com o rapper norte-americano Snoop Dogg, Ludmilla, que compôs a canção, não teria gostado de ver o nome da intérprete de Girl From Rio creditado como compositora Reprodução
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Em 2016, Ludmilla processou a socialite Val Marchiori após a mulher proferir comentário racista contra ela. Na ocasião, Val disse que o cabelo da cantora “parecia um Bombril”. Marchiori foi condenada a pagar indenização de R$ 10 mil Reprodução/ Redes sociais
Também em 2016, a cantora foi alvo de outro comentário racista. Na ocasião, o jornalista Marcão do Povo referiu-se à Ludmilla como “macaca” durante o programa Balanço Geral DF na Record TV. Após repercussão, o jornalista foi demitido do veículo Reprodução
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“Esta é a segunda edição do relatório do Ecad sobre as mulheres na música e acredito que levantamentos como esse podem ajudar não só a mostrar a participação feminina, mas também apoiar e estimular o seu crescimento. Os dados apontam para um longo caminho a ser percorrido em prol de uma total igualdade de gênero nesse mercado, mas é fundamental ter um estudo que apresente a relevância e a participação da mulher. Até porque é importante levarmos em consideração que o ecossistema da música não é formado apenas por intérpretes e compositoras, mas também por produtoras e musicistas”, disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
O relatório O que o Brasil Ouve – edição Mulheres na Música apresenta ainda um balanço sobre a distribuição dos direitos autorais destinada às mulheres, em comparação aos homens, as categorias de titulares de música mais contempladas, o aumento da presença feminina na gestão coletiva da música no Brasil e o ranking das músicas nacionais mais tocadas nos últimos cinco anos com mulheres entre os autores.
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