Entra em vigor lei que modifica medidas contra alienação parental

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Foi sancionada na quarta-feira (18/5) pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, a lei que modifica regras sobre alienação parental – situação que ocorre quando pai ou mãe age para colocar a criança ou o adolescente contra o outro genitor(a). Publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (19/5), a Lei 14.340/2022 tem origem no Projeto de Lei 7352/2017, do Senado, aprovado em abril pelo Congresso.

A nova norma retira a suspensão da autoridade parental da lista de medidas possíveis a serem usadas pelo juiz em casos de prática de alienação parental prevista anteriormente na Lei da Alienação Parental. Permanecem as outras medidas, como advertência ou multa ao alienador, ampliação do regime de convivência familiar com o genitor alienado ou ainda a alteração da guarda para compartilhada ou sua inversão.

A lei assegura à criança e ao genitor a visitação assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou adolescente.

Outro artigo prevê que a concessão de liminar deve ser preferencialmente precedida de entrevista da criança ou do adolescente perante equipe multidisciplinar. Ainda segundo o projeto, se houver indícios de violação de direitos de crianças e adolescentes, o juiz deve comunicar o fato ao Ministério Público.

Avaliação técnica – A autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito com qualificação e experiência pertinentes ao tema Código de Processo Civil no caso de ausência ou insuficiência de profissionais responsáveis pela elaboração dos estudos psicológico, biopsicossocial ou de qualquer outra espécie de avaliação técnica exigida por lei ou por determinação judicial.

Segundo o texto, o acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avaliações periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento.

Os processos em curso de alienação parental que estejam pendentes de laudo psicológico ou biopsicossocial há mais de seis meses terão prazo de três meses, contados a partir desta quinta-feira, para a apresentação da avaliação requisitada.

Tramitação – A proposta começou a tramitar no Senado por meio do PLS 19/2016, apresentado pelo então senador Ronaldo Caiado (GO). Ao tramitar na Câmara, o texto foi apensado a outras 13 proposições e voltou ao Senado com uma série de mudanças propostas na Lei da Alienação Parental e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A relatora na Câmara foi a deputada Aline Gurgel (Republicanos-AP).
Em fevereiro, foi aprovado pelos deputados federais na forma de um substitutivo. Com novas mudanças, a proposta passou pelo Senado em abril sob relatoria da senadora Rose de Freitas (MDB-ES).

Durante a assinatura da sanção da lei, que contou com a presença de representantes da bancada feminina da Câmara, o Presidente da República também assinou decreto que institui o Protege Brasil, programa de proteção integral da criança e do adolescente. Participaram a coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF) e as deputadas Liziane Bayer (Republicanos-RS), Christiane Yared (PP-PR), Silvia Cristina (PL-RO), Mariana Carvalho (Republicanos-RO), Greice Elias (Avante-MG), Soraya Santos (PL-RJ), Clarissa Garotinho (União-RJ), Dra. Soraya Manato (PTB-ES), Jaqueline Cassol (PP-RO), Carla Dickson (União-RN), Flávia Arruda (PL-DF) e Alê Silva (Republicanos-MG), na foto com o Presidente Jair Bolsonaro e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto.

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