Após 4 mortes Saúde do DF fará busca ativa por brasilienses que foram a festa com surto de febre maculosa em campinas

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Cerca de 40 pessoas de Brasília teriam viajado para Campinas e participado do evento Feijoada do Rosa, que ocorreu dia 27 de maio

Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que pretende fazer uma busca ativa por moradores do Distrito Federal que participaram da Feijoada do Rosa, em Campinas, interior de São Paulo. No evento, ao menos quatro pessoas contraíram febre maculosa e morreram. Cerca de 40 moradores de Brasília teriam viajado para a festa, realizada em 27 de maio.

O  provável do surto em Campinas, a Fazenda Santa Margarida recebeu mais de 13,5 mil pessoas em um período de oito dias, em dois grandes eventos.

A SES-DF, no entanto, esclareceu que só poderá localizar esses moradores após o Ministério da Saúde divulgar a lista dos que participaram do evento na fazenda, para fazer o contato com as que residem na capital do país.

De acordo com a secretaria, apesar de o evento ter acontecido há 20 dias, o vírus pode ficar incubado por cerca de 14 e, por isso, há a necessidade de entrar em contato com as pessoas da capital federal que estiveram na feijoada.

Os eventos na fazenda alvo de investigação epidemiológica são a Feijoada do Rosa, realizada em 27 de maio, com público de 3,5 mil pessoas, e o show de Seu Jorge, no dia 3 de junho, com 10 mil participantes.

Quem esteve em um dos eventos e está com febre, dores no corpo e de cabeça, erupções na pele, diarreia, vômitos e náuseas deve procurar atendimento médico.

O que você precisa saber sobre a febre maculosa

Considerada rara, a febre maculosa é causada e transmitida pelo carrapato-estrela, ou micuim, da espécie Amblyomma cajennense. A picada do aracnídeo infectado transmite bactérias da família Rickettsia. Não é possível contrair a enfermidade por contato com pessoas ou animais.

Os sintomas têm início de forma repentina, com febre moderada ou alta, que dura de duas a três semanas, geralmente. Além disso, os pacientes costumam apresentar dor de cabeça, calafrios e olhos avermelhados.

As lesões que aparecem pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, assemelham-se a picadas de pulga e incluem, às vezes, pequenas hemorragias sob a pele e aparecem em todo o corpo.

O biólogo e gerente da Vigilância Ambiental de Vetores, Animais Peçonhentos e Ações de Campo (Gevac), Israel Moreira, destaca que, na capital federal, é mais comum apontar as capivaras como principais transmissores.

“Pesquisa da Secretaria de Meio Ambiente mostrou que há infestações de carrapatos em áreas não visitadas por capivaras, reforçando que outros animais também são importantes na disseminação de parasitas. Inclusive o cachorro, animal tão próximo ao ser humano”, explica.

Para ele, é fundamental manter os animais domésticos bem cuidados, dando banho e utilizando frequentemente carrapaticidas. Além disso, é preciso manter o quintal e as áreas com mato alto bem cuidados.

Transmissão

Para que haja a transmissão, os carrapatos devem permanecer fixados à pele do hospedeiro por um período variável entre seis e dez horas, o suficiente para que a bactéria seja reativada na glândula salivar e em seguida espalhada pelo corpo.

Os carrapatos, além de vetores, são também reservatórios e amplificadores de R. rickettsii.

O que fazer

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal recomenda que, ao sentir os primeiros sintomas, o paciente busque a unidade de atendimento mais próxima e inicie o tratamento o quanto antes.

O combate à infecção ocorre com uso de antibióticos, mas, em alguns casos, pode ser necessária a internação do paciente.

A retirada do carrapato do corpo não é simples. Há necessidade de usar uma pinça e, em caso de dificuldade e diante da ocorrência de sintomas, especialmente febre, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo o quanto antes.

Confira algumas recomendações:

    • Caso precise se deslocar por áreas de vegetação ou infestadas pelo aracnídeo, use roupas claras, que facilitam a identificação de carrapatos pelo corpo, e repelente;
    • Evite passear com animais domésticos em locais com infestações;
    • Mantenha animais domésticos com a prevenção contra carrapatos em dia;
    • Após voltar de passeios em áreas de vegetação, verifique a presença de carrapatos pelo corpo ou nos animais domésticos;
    • Se encontrar um carrapato, remova-o com leves torções, preferencialmente com auxílio de uma pinça de sobrancelhas ou cirúrgica auxiliar;
    • Não o esmague com as unhas, pois ele pode liberar as bactérias e contaminar partes do corpo com lesões.
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