Tudo o que a gente conhece – da filosofia ao k-pop, das pirâmides do Egito a um prato de comida, de um grão de areia até todo conhecimento já produzido pela humanidade – equivale, aproximadamente, a 4% de tudo que existe no universo. O 96% restante é composto por matéria e energia escura, ou seja: temos mais coisas por conhecer do que tudo que já conhecemos ao longo da história. Partindo dessa premissa, Emicida e Evandro Fióti desenvolveram uma série documental intitulada O Enigma da Energia Escura, que estreia na próxima quarta-feira, 18 de agosto, no GNT, às 23h30 e também estará disponível no GloboPlay.
“Acho a metáfora do título da série fascinante. A ilusão de conhecimento é, na verdade, a maior inimiga dele. A falsa sensação de que já sabemos tudo nos deixa estagnados, presos; assim ficamos impossibilitados de avançar”, comenta Emicida, que também é apresentador do programa.
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Divulgação/ Wendy Andrade
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Cada episódio será comandado por Emicida de uma cabine espacial, em uma galáxia distante que faz alusão direta à origem da cultura hip-hop, quando, nas festas de rua do Bronx em Nova York, nos anos 70, os DJs soltavam as músicas e os MCs versavam por cima dos instrumentais. Esta relação se dá devido à revolução que o rap causou no mercado da música, levando autoestima e salvando jovens ao redor do mundo, entre eles o próprio Emicida. Na série, ele vai atrás das suas histórias e, para além da música, convida especialistas, intelectuais, ativistas, artistas e pensadores para buscar reconstruir a história do nosso povo.
Produzida por Evandro Fióti por meio da Laboratório Fantasma, a série tem direção geral de Day Rodrigues, diretora de Mulheres Negras – Projetos de Mundo; Emílio Domingos, diretor do longa-metragem documental Favela é Moda; e Mariana Luiza, diretora do curta-metragem Cascas de Baobá.
“Infelizmente, até hoje, em 2021, ainda não percebemos a diversidade de raça e gênero do povo brasileiro nas produções audiovisuais como vemos em outros setores da sociedade. ‘O Enigma da Energia Escura’ vem para contribuir com esse debate importante, pois precisamos romper com velhos padrões e fazer surgir um novo mundo, no presente, para que o futuro seja diferente dos dias atuais. Só pela ficha técnica, a produção já nasce fazendo história, uma vez que não houve até hoje na história da TV brasileira uma série documental dirigida por três profissionais negros”, afirma Fióti.
A curadoria de temáticas foi feita de forma a ir ao cerne de questões fundamentais a serem compreendidas pela população brasileira. Estas temáticas servem de pilares que guiam a mensagem de cada episódio. “Embora a gente parta de problemáticas a respeito da racialização dos seres humanos e das suas consequências na vida comum, não é uma série sobre o racismo. Eu diria que é um convite para que possamos compreender as raízes dessas problemáticas de maneira que possamos dar um destino diferente ao lugar em que vivemos”, complementa Emicida.
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