Na tarde desta terça-feira (10), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva (por período indeterminado) da delegada licenciada da Polícia Civil Adriana Belém.
O Ministério Público estadual deflagrou a operação Calígula, que também teve como alvo o PM reformado Ronnie Lessa, preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Belém foi titular durante anos da 16ª DP (Barra da Tijuca), na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Adriana e Ronnie teriam se encontrado para viabilizar a retirada de caminhões com mais de 80 máquinas caça-níqueis apreendidas pela polícia em casas de apostas. A reunião teria sido intermediada pelo também delegado Marco Cipriano, preso nesta manhã.
Para os promotores de Justiça, “o valor encontrado na residência de Belém é um forte indício de lavagem de dinheiro. Até o momento, foram contabilizados aproximadamente R$ 1,8 milhões apreendidos”.
“O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é delegada de polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, mostra sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”, escreveu o juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio.
Belém foi candidata a vereadora do município do Rio, pelo Partido Social Cristão (PSC). Ela recebeu mais de 3,5 mil votos, mas perdeu. A campanha da delegada contou com apoio de personalidades como os ex-jogadores de futebol, Adriano Imperador, Amoroso, Deco, Djalminha, Edmundo, além dos artistas David Brasil, Dudu Nobre, MC G15 e Xande de Pilares.