O faturamento dos pequenos e médios lojistas com vendas on-line salta nas semanas que antecedem o Dia dos Namorados. Em 2020, nessa época, as vendas via e-commerce cresceram 237%. O crescimento continuou em 2021 e chegou a 59%, segundo levantamento da plataforma de comércio digital Nuvemshop. Os números comprovam a tendência anual de alta na procura por produtos eróticos durante o período.
Luana Lumertz, que tem uma sex shop com a mãe, Zélia Peters, afirma que o movimento aumenta bastante durante a data, e os valores das compras, também. “Nesta época, o nosso tíquete médio [valor médio de vendas por cliente] aumenta 100%, chegando a R$ 500 por compra”, aponta Luana. Ela afirma que, em 2021, a procura superou à da Black Friday.
Proprietário de uma sex shop no Distrito Federal, Daniel Ferreira aponta que este período é crucial no ano. “É o nosso Natal. A partir do fim de maio, as vendas on-line alavancam, e as buscas por nossos produtos aumentam”.
As vendas saltaram a partir de 2020, ano de início da pandemia. Em 2022, o comércio on-line de diversos setores subiu. Mas o segmento erótico teve uma alta maior. Luana Lumertz conta que viu o faturamento de sua loja crescer 340% nos últimos dois anos.
Ela explica uma das razões para o sucesso: “Com a pandemia, mais pessoas começaram a falar sobre o assunto, principalmente com seus parceiros. Além dos casais, muitas mulheres solteiras passaram a querer experimentar os produtos e a se conhecer melhor”.
Presencial não ficou para trás
Rafaella Ribeiro, gerente da sex shop de Daniel, conta que o negócio sempre foi focado nas vendas on-line, mas agora houve um investimento maior no mercado regional, que não decepcionou. “As compras no presencial subiram muito. A gente sempre estava acostumado com as vendas altas no e-commerce, as vendas presenciais surpreenderam”, afirma. Ela relata que já na sexta-feira (10/6) os estoques estavam mínimos, tamanha a procura.
Segundo a gerente, o diferencial das vendas presenciais é poder oferecer atendimento exclusivo e personalizado. A atenção das atendentes ajuda a mostrar aos clientes os diversos produtos. Ela nota que o principal perfil dos compradores é o de casais.
“O principal destino é o uso com parceiros, para apimentar a relação”. Ela conta que, em geral, atende às mulheres dos casais, mas os públicos de solteiros e solteiras e de pessoas do espectro LGBTQIA+ também são numerosos.
Proibição de alimentos eróticos a menores
No dia 1º de junho, o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma medida que proíbe a venda de alimentos em formatos de genitais para menores de idade. Segundo o texto, as empresas que vendem esses produtos não podem exibir letreiros em locais públicos com os nomes explícitos dos estabelecimentos, a sugestão do formato de genitais está vedada à circulação e o acesso a esses locais é permitido apenas a maiores de 18 anos.
Dois dias após a proibição, filas de clientes se formaram à procura dos doces de confeitarias afetadas, como a La Putaria, do Rio de Janeiro. Outra confeitaria erótica, a Assanhadxs, de São Paulo, também notou aumento da procura após a nota do ministério e depois da repercussão.
A La Putaria pretende promover mais vendas neste Dia dos Namorados, apesar das restrições. A creparia no Rio de Janeiro pretende lançar um evento, com direito a DJ e decoração temática dos produtos da loja, dentre eles os piroffles (waffles com formato de pênis).
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