Crítica: Elvis é empolgante e revelador com Tom Hanks inspirado no set

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O cineasta Baz Luhrmann assumiu uma missão ambiciosa quando decidiu levar às telonas a impressionante história da vida de Elvis Presley. O vencedor do Oscar por Moulin Rouge — O Amor em Vermelho (2002) cumpriu seu objetivo e os altos de baixos do eterno Rei do Rock chegam nesta quinta-feira (14/7) nos cinemas de todo o Brasil sob intensa expectativa dos fãs do astro.

De forma cronológica, o que ajuda o espectador a não se perder no enredo ao longo das quase 3 horas de duração do filme, Luhrmann passa por cada fato crucial para a formação do ícone e a decadência do homem que levaria Elvis a morrer atolado em dívidas e infeliz aos 42 anos.

O Metrópoles Já Viu Elvis: veja o vídeo da crítica

Está tudo no roteiro. Desde a infância numa comunidade preta e pobre na racista Mississípi dos anos 1930, passando pela adolescência em Memphis, onde foi fortemente influenciado pelo R&B da famosa rua Beale Street — de onde surgiram nomes como B.B King e Little Richard—; a fase rebelde que o levou a ser preso por rebolar na puritana América da década de 1950, o serviço forçado no exército dos Estados Unidos, a morte de sua mãe, o casamento com Priscilla, o vício em drogas, a indiferença do pai, e, principalmente, a relação conflituosa com o empresário, o coronel Tom Parker.


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Com tanto sobre o que falar, é no mínimo injusto não dizer que Elvis é empolgante e prende a atenção do início ao fim. Austin Butler, escolhido para dar vida ao protagonista, surpreendente durante os musicais. Ele não só incorpora muito bem os trejeitos e gingado do homenageado como é ele quem canta, de verdade, todos os sucessos do roqueiro. Um nome conhecido da TV norte-americana, Butler acaba deixando o clima esfriar um pouco sempre que precisa sair do palco e explorar a sua veia dramática, mas nada que apague o brilho da super produção.

Tom Hanks como o sinistro empresário de Elvis, o coronel Tom Parker

Se Butler não está 100% em forma para o cara a cara com o restante do elenco, Tom Hanks consegue preencher todos os quadros da cena. A caracterização impecável deixou o eterno Forrest Gump irreconhecível na pele do sinistro Coronel Parker, que conhece o cantor ainda jovem e passa a empresariar sua carreira com direito a 50% de todos os ganhos do artista. A escolha mais acertada do cineasta, inclusive, é deixar que o vilão narre a história a partir do seu ponto de vista, na tentativa de se defender das diversas acusações de abuso financeiro e processos judiciais que passou a responder após a morte de Elvis.

Apesar de não se intitular um musical típico como Os Miseráveis (2012), Elvis reserva boa parte da película para as cenas cantadas, o que garante o clima de espetáculo que promove coros de refrões sussurrados na sala escura. Apesar disso, o longa não entrega um drama denso, já que as emoções e os temas complexos são abordados sempre no nível da superficialidade. Mas o entretenimento, esse é garantido.

Avaliação: Ótimo

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