Vacina contra Covid-19: 760 voluntários se inscrevem para testes na UnB

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No DF, 21 profissionais de saúde já receberam doses da vacina chinesa Coronavac. Segundo pesquisadores, nenhum deles apresentou efeito colateral ao medicamento.

Desde que foram abertas as inscrições de voluntários para testes da vacina contra o novo coronavírus no Distrito Federal, na última sexta-feira (14), 760 profissionais de saúde manifestaram interesse em participar da pesquisa da Universidade de Brasília (UnB). A inscrição pode ser feita por meio de um site lançado pelo Instituto Butantan, que coordena a pesquisa.

Em Brasília, 21 voluntários já participaram da terceira fase de testes da vacina chinesa Coronavac. Todos são profissionais de saúde que trabalham no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e, segundo os pesquisadores, nenhum apresentou efeitos colaterais.

Os voluntários que forem aprovados vão receber duas doses da vacina, com intervalo de 14 dias. Aqueles que já tomaram a primeira devem ser imunizados novamente até o fim desta semana.

Metade dos participantes recebe um placebo, que não tem efeito farmacológico, e a outra metade, o produto vacinal. A proposta da pesquisa é fazer a comparação entre os dois grupos para testar a eficácia do medicamento.

Infectologista Gustavo Romero, coordenador do ensaio clínico da vacina contra o coronavírus no DF — Foto: HUB/Divulgação

Infectologista Gustavo Romero, coordenador do ensaio clínico da vacina contra o coronavírus no DF — Foto: HUB/Divulgação

  • Podem se candidatar ao estudo os profissionais de saúde do DF que atendam aos seguintes critérios:

    • Ter mais de 18 anos;
    • Trabalhar em serviço de saúde atendendo pessoas com Covid-19;
    • Não ter sido diagnosticado ou testado positivo para o vírus da Covid-19;
    • Ter registro no conselho profissional regional;
    • Não apresentar doença crônica;
    • Se mulher, não estar gestante;
    • Não participar de outro ensaio clínico.

Ao aceitar participar da pesquisa, o voluntário assina um termo de consentimento e se compromete a comparecer ao HUB, por um período de 12 meses, para acompanhamento da saúde. Ao todo, 850 voluntários vão participar dos testes na UnB.

Sem previsão para produção

Segundo o coordenador da pesquisa, Gustavo Romero, ainda não é possível prever uma data para produção da vacina no Brasil, caso ela seja aprovada nos testes. “Não temos uma previsão de quando teremos resultados conclusivos sobre o benefício que a vacina pode causar. O estudo está planejado para 12 meses”, afirma o professor.

“Sempre que se faz pesquisa clínica, a gente tem que ter uma garantia de que todos os critérios que foram estabelecidos no protocolo sejam rigorosamente cumpridos. Isso para que os participantes sejam cuidados da forma mais segura e tenham a possibilidade de obter o maior benefício da pesquisa que está sendo oferecida a eles.”

No entanto, Gustavo Romero afirma que, se durante o acompanhamento dos voluntários da pesquisa, houver um acúmulo de informação que permita concluir pelo benefício da vacina de uma maneira “mais precoce”, “isso deverá ser considerado pelas autoridades que coordenam o estudo no Instituto Butantan”.

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