Anvisa vê risco em equipamento foi aberto um Inquérito MPF investiga caso
Os equipamentos foram apontados como impróprios pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As máscaras são do tipo KN95.
Documento obtido pela jornal Folha de S.Paulo e publicado nesta 5ª feira (18.mar.2021), assinado pelo gabinete presidencial da Anvisa, aponta que o órgão desaconselhou o governo a comprar o equipamento para uso hospitalar.
A pasta distribuiu os equipamentos inadequados pelo menos de julho a dezembro de 2020. Um mês antes do início do envio, a Anvisa já havia interditado o uso das máscaras pela falta de eficiência na filtragem de partículas.
Diante da recusa de governos estaduais em distribuir a máscara às unidades de atendimento, o ministério se recusou a recolher e a substituir os produtos.
Em 3 de fevereiro, o MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito para investigar o envio dos EPIs (equipamento de proteção individual) a profissionais de saúde.
Em resposta a questionamento de promotores, a Saúde disse que a empresa fornecedora provou por meio de testes a eficiência de filtragem das máscaras. O material, segundo o ministério, seria útil em casos não cirúrgicos.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo, a Anvisa confirmou que a máscara “encontra-se com medida sanitária válida de suspensão de comercialização, distribuição e importação para uso em serviços de saúde”.
“Os respiradores falharam em demonstrar a eficiência de filtração mínima requerida”, afirmou a agência.
Um contrato para o fornecimento de máscaras KN95 ao governo foi assinado em 8 de abril. Uma legislação especial permitiu a dispensa de licitação para a compra. Cada máscara KN95 custou US$ 1,65. O total foi de US$ 66 milhões (cerca de R$ 368,3 milhões).
A contratada foi uma empresa de Hong Kong, a Global Base Development HK Limited, representada no Brasil pela 356 Distribuidora, Importadora e Exportadora.
Fonte Poder 360 e folha de Sao paulo