Aliados de Lula já não acreditam que será possível cumprir o propósito que trouxe Geraldo Alckmin para a vice da chapa petista. A negociação com Alckmin foi conduzida por Márcio França e por Fernando Haddad com o objetivo de garantir a eleição de Lula no primeiro turno, mas as pesquisas mostram que uma vitória nessas condições se tornou improvável.
França levou a ideia a Lula e a Haddad dizendo que uma aliança com Alckmin impulsionaria a candidatura do ex-presidente em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, e garantiria os votos necessários para derrotar Bolsonaro sem a necessidade de um segundo turno.
Quando a ideia começou a ser discutida, em setembro do ano passado, Lula apresentava 43% das intenções de voto, contra 28% de Bolsonaro, segundo o Ipespe. Na semana passada, o instituto divulgou levantamento que mostra os candidatos com os mesmos percentuais, mas com uma diferença significativa para aquela época.
As pesquisas indicam que Bolsonaro está recuperando a popularidade e vem conseguindo diminuir a distância para Lula de forma gradual. Em 45 dias, o crescimento do presidente aferido pelo Ipespe chega a 4 pontos percentuais. O petista permaneceu estável no mesmo período.
Os números apresentados por Bolsonaro preocuparam Lula e dirigentes do PT. O ex-presidente reclamou para seus aliados que precisa voltar para as ruas e que as articulações políticas estão tomando mais tempo do que ele gostaria.

Após 15 anos em que concorreram como rivais nas eleições presidenciais, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022
Ana Nascimento/ Agência Brasil

Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Band/Reprodução

Após derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
Filipe Cardoso/ Metrópoles

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista
Michael Melo/Metrópoles

A aliança dos políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
Michael Melo/Metrópoles

O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país
Igo Estrela/Metrópoles

De acordo com pesquisa realizada em setembro pelo Datafolha, Alckmim estava na liderança para o governo paulista
Igo Estrela/Metrópoles

A aliança entre os políticos ainda não foi oficializada. O acerto depende de um acordo sobre qual partido o ex-governador se filiaria
Ana Nascimento/ Agência Brasil

Ao ser vice de Lula, o ex-governador pode ganhar ainda mais projeção política, que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026
Rafaela Felicciano/Metrópoles
0
Já leu todas as notas e reportagens da coluna hoje? Clique aqui.
Siga a coluna no Twitter e no Instagram para não perder nada.
O post Aliados de Lula estão pessimistas com motivo que levou Alckmin à vice apareceu primeiro em Metrópoles.