Estudo rejuvenesce rato com injeção de fluido cerebral de animal jovem

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A dica já havia sido dada por vários filmes: e se existisse um soro da juventude (normalmente “extraído” de vítimas jovens) que não só interrompe o envelhecimento, mas também rejuvenesce o receptor? Na vida real, a ciência está cada vez mais próxima de encontrar uma maneira de lidar com os efeitos do tempo.

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriram como reverter alguns problemas de degeneração cognitiva causados pela idade — porém, apenas em ratos, por enquanto.

Os animais mais velhos (de 18 a 22 semanas de vida) que receberam fluido cérebro espinhal de camundongos jovens (menos de 10 semanas de idade) passaram por testes de memória e de velocidade de reação e se mostraram mais “jovens” do que os ratinhos com a mesma idade que não receberam o líquido.

“Sabemos que a composição do fluido cérebro espinhal muda com a idade e, na verdade, essas mudanças são usadas rotineiramente na prática clínica para medir a saúde do cérebro e os marcadores de algumas doenças”, explicou o neurologista Tal Iram, um dos autores do estudo, ao site ScienceAlert. “Porém, ainda não sabemos como essas mudanças afetam a função das células no órgão que está envelhecendo”, completou.

“Líquido da juventude” pode ser ativado por gene

Uma das descobertas mais interessantes do estudo é a possibilidade de os benefícios da técnica serem conseguidos com a ativação de genes, sem que seja necessário retirar o líquido de um animal mais jovem.

“Quando olhamos com cuidado as mudanças genéticas que aconteceram no hipocampo (região do cérebro associada à memória e ao declínio cognitivo), encontramos, para a nossa surpresa, uma forte assinatura de genes de oligodendrócitos”, explicou o neurologista.

Os oligodendrócitos são um tipo de célula do cérebro que fornece suporte e isolamento aos axônios (o “corpo” do neurônio) criando a bainha de mielina — o desgaste dessa proteção está ligado ao desenvolvimento de esclerose múltipla, por exemplo.


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Os oligodendrócitos dos animais mais velhos, quando expostos ao fluido do cérebro espinhal jovem, se proliferaram com mais eficiência e produziram mais bainhas de mielina, comprovando o rejuvenescimento.

Os cientistas alertam que a pesquisa ainda precisa de muito desenvolvimento até chegar ao ponto de ser usada em humanos, mas abre portas para terapias gênicas que evitem o desgaste cognitivo e ajudem a tratar a demência.

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