Após denúncias de assédio sexual Presidente da caixa pode deixar o cargo

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Segundo fontes, tão logo as denúncias vieram à tona, membros do núcleo político do governo e da campanha à reeleição passaram a pressionar Bolsonaro a demitir o executivo

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, deve deixar o posto após a revelação, nesta terça-feira, de diversas denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco ao site “Metrópoles”.

Segundo fontes, tão logo as denúncias vieram à tona, membros do núcleo político do governo e da campanha de Bolsonaro à reeleição passaram a pressionar o presidente Jair Bolsonaro a demitir o executivo, argumentando que a situação de Guimarães se tornou “insustentável”. Bolsonaro teria concordado, e no Palácio do Planalto a saída de Guimarães era dada como certa.

As fontes não sabiam dizer se Guimarães seria exonerado ou se pediria licença do cargo. Existe a possibilidade de a saída dele do banco ser oficializada no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

As denúncias estouraram enquanto o presidente voava de volta a Brasília, após uma cerimônia em Maceió. Guimarães, que discursou no evento, estava no avião presidencial.

Após pousarem, Bolsonaro e Guimarães permaneceram por mais de uma hora na Base Aérea de Brasília, onde teriam conversado sobre as denúncias.

A reportagem do “Metrópoles” tem como base relatos de mulheres que trabalham ou já atuaram em equipes que servem diretamente ao gabinete do executivo.

Segundo o site, as denúncias levaram à abertura de uma investigação que está em andamento, sob sigilo, no Ministério Público Federal (MPF). Procurada pelo Valor, a Caixa não se pronunciou, mas, por meio de nota, disse ao “Metrópoles” que não tinha conhecimento das acusações e que adota medidas de eliminação de qualquer tipo de assédio. Já o MPF do Distrito Federal disse que não dá informações sobre procedimentos sigilosos.

As funcionárias dizem que se sentiram abusadas por Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho. Elas relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com o adequado a uma relação trabalhista.

Algumas das servidoras já prestaram declarações oficialmente aos procuradores. Outras deverão depor em breve.

Os relatos destes supostos abusos ocorreram, na maior parte das vezes, em viagens de trabalho da Caixa pelo Brasil. As vítimas – que falaram ao site sob anonimato – relatam terem sido convidadas por Guimarães para irem à sauna ou piscina durante viagens a trabalho do banco.

Uma das funcionárias diz ter sido convidada para ir à piscina do hotel onde estavam hospedados. No local, ela e outra empregada do banco convidada teriam assistido ao presidente nadar na piscina. Na ocasião, ouviram de um dos auxiliares de Guimarães: “E se o presidente quiser transar com você?”

Em outro episódio, Guimarães teria sugerido que em uma das viagens seguintes, para Porto Seguro, deveria ser feito um “carnaval fora de época”. “Ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu”, teria dito o presidente da Caixa, segundo o relato de uma testemunha divulgado pelo site.

Presidente da Caixa desde o início do governo Bolsonaro, Guimarães é um dos aliados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro. Sua gestão tem sido marcada por viagens pelo país, participando de eventos públicos com políticos aliados e da abertura de agências.

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