“Vampira” de 400 anos ganha rosto por meio de reconstrução facial

0
217

O rosto de uma suspeita de “vampira”, que foi enterrada com restrições para evitar que voltasse dos mortos, foi reconstruída por cientistas.

Usando DNA, impressão 3D e massa de modelar, a equipe de cientistas recriou a aparência do rosto da mulher de 400 anos.

Zosia, como foi chamada pelos habitantes locais, foi encontrada em 2022 por uma equipe de arqueólogos da Universidade Nicolau Copérnico em Polônia.

Ela foi sepultada em um cemitério não identificado em Pien, no norte da Polônia – presa no lugar com uma foice de ferro no pescoço e trancada com cadeado pelo pé.

O esqueleto de Zosia tinha uma foice no pescoço – que supostamente impedia que ‘vampiros’ ressuscitassem dos mortos. Foto: Universidade Nicolau Copérnico/Reuters

Na época, acreditava-se que a foice e o cadeado, assim como certos tipos de madeira encontrados no túmulo, possuíam propriedades mágicas de proteção contra vampiros, segundo especialistas.

A análise dos restos mortais de Zosia sugere que ela tinha entre 18 e 20 anos quando morreu e sofria de um problema de saúde que teria causado desmaios, fortes dores de cabeça e possíveis problemas de saúde mental.

Os especialistas começaram a reconstrução criando uma réplica do crânio impressa em 3D, antes de construir gradualmente camadas de argila plasticina para formar um rosto realista.

A estrutura óssea foi combinada com informações de sexo, idade, etnia e peso aproximado para estimar a profundidade das características faciais.

“De certa forma, é realmente irônico”, disse o arqueólogo Oscar Nilsson. “Essas pessoas que a enterraram fizeram tudo o que podiam para evitar que ela voltasse dos mortos.

“Fizemos tudo o que podíamos para trazê-la de volta à vida.”

Oscar Nilsson criou um esqueleto facial tridimensional de Zosia. Foto: Oscar Nilsson (Projeto Pien)/Reuters

Entre os outros corpos encontrados no local em Pien, nos arredores da cidade de Bydgoszcz, no norte, estava uma criança chamada “vampiro”, enterrada de bruços e também trancada aos pés com cadeado.

Pouco se sabe sobre a vida de Zosia, mas Nilsson e a equipe de Pien dizem que ela pode ter vindo de uma família rica, possivelmente nobre.

Ela viveu durante o século XVII, quando a Europa foi devastada pela guerra e a crença em monstros sobrenaturais era comum.

“É emocionante ver um rosto regressar dos mortos, especialmente quando se conhece a história desta jovem”, diz Nilsson.

Ele diz que queria trazer Zosia de volta “como humana, e não como esse monstro com o qual ela está enterrada”.


Que tal ler também?

Governo Federal anuncia Plano Nacional de Inteligência Artificial e supercomputador brasileiro

ou

Três maneiras de usar smartwatch no seu dia a dia

 

Artigo anteriorNão é golpe: GDF manda mensagem para alertar sobre vacinação infantil
Próximo artigoPrograma Viva Flor protege mais uma mulher e impede agressão no DF