Biografia destrincha a personalidade do gênio Leonardo da Vinci

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    Leonardo da Vinci, considerado um dos gênios mais criativos da humanidade, tinha tudo para não dá certo em uma sociedade medieval. Era filho ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, muito disperso e, às vezes, herético. Como se não bastasse, volta e meia, o morador de Florença tinha por hábito não entregar as obras que lhe eram encomendadas. Por isso, aos 30 anos, decidiu buscar novos horizontes e, por meio de uma carta, pediu emprego ao governador de Milão.

    No documento, além de exaltar suas habilidades em projetar pontes, canais e canhões, assim como veículos blindados e edifícios públicos, dizia também ser artista. “Da mesma forma, na pintura, eu posso fazer tudo o possível”, escreve. Prepotente? Nem um pouco. Basta conferir a infinidade de engenhocas mecânicas, estudos sobre o corpo humano, a natureza, o comportamento dos animais e da arte que deixou registrados em inúmeras anotações.

    “Na sua cabeça, ele era um homem tanto das artes quanto da ciência e da engenharia. Sabia unir observação e imaginação, o que fez dele o inventor mais completo da história”, avalia o jornalista Walter Isaacson, autor da biografia de Da Vinci, lançada no Brasil pela editora Intrínseca.

    Também responsável por contar a trajetória de Albert Einstein e Steve Jobs – fã confesso de Leonardo da Vinci –, Walter Isaacson embarcou no projeto ao constatar que o italiano tinha a habilidade em concentrar num mesmo escopo disciplinas como artes, ciências, humanidades e tecnologias.

    “Ele acreditava que as infinitas obras da natureza estavam interligadas em uma só unidade, repleta de padrões maravilhosos”, observa o autor. “Ele era um gênio: apaixonadamente curioso e muitíssimo criativo em múltiplos campos do conhecimento”, completa.

    Mente em eterna ebulição
    Para escrever o livro, o autor se valeu de fontes preciosas. Além das obras-primas do artista e engenheiro, Walter Isaacson se debruçou sobre as mais de 7,2 mil páginas de cadernos cheios de anotações que, milagrosamente, sobreviveram ao tempo. Cada centímetro dos manuscritos deixados por Leonardo era preenchido, minuciosamente, com desenhos e notas.

    Reprodução“O papel acabou se mostrando uma fantástica tecnologia de armazenamento de informações, ainda acessível após 500 anos, algo que nossos tuítes provavelmente não serão”, ironiza o biógrafo, encantado com a pesquisa.

    Nascido nos dias de hoje, Leonardo da Vinci seria taxado de imperativo, versátil, multimídia e outras coisas do gênero. Tinha capacidade de esmiuçar diversos temas por meio de observações meticulosas.

    É de Leonardo da Vinci duas das pinturas mais famosas do planeta:  A Última Ceia e Mona Lisa. “Sua genialidade era do tipo que somos capazes de entender e de tirar lições”, ensina Isaacson.

    Leonardo da Vinci
    De Walter Isaacson. Editora: Intrínseca. 640 páginas. R$ 69,90

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