Festival de Brasília 2018: veja a lista dos vencedores da 51ª edição

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    O filme Temporada (MG) é o grande vencedor do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. André Novais Oliveira, diretor do longa, dedicou o prêmio à mãe, falecida recentemente. Ela estrelou outros trabalhos dele, como Ela Volta na Quinta (2013) e Quintal (2015), ambos exibidos e premiados na mostra, e também fez uma ponta no novo longa do filho. O título saiu da cerimônia de encerramento com cinco Candangos (filme, atriz, ator coadjuvante, direção de arte e fotografia).

    “Mãe, esse prêmio é para a senhora”, disse o cineasta. “Obrigado por tudo que a senhora fez para as nossas vidas. Viva Zózimo Bulbul, viva Cristina Amaral, viva o cinema negro brasileiro. Por mais protagonismo negro nas telas. E ele não”, completou o realizador. Temporada é o terceiro filme mineiro consecutivo a vencer o Festival de Brasília. É precedido por Arábia (2017), de Affonso Uchôa e João Dumans, e A Cidade Onde Envelheço (2016), de Marília Rocha.

    Bixa Travesty (SP), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, foi o favorito do público durante o festival e recebeu do júri popular o prêmio de melhor filme. “Vai ser muito importante para distribuir o filme”, disse o cineasta. “É muito lindo ver que esse filme encontrou novos corpos dissidentes”, disse Priscilla.

    Linn da Quebrada e Jup do Bairro, mulheres trans e personagens do documentário, voltaram ao palco para receber uma menção honrosa do júri oficial. “Estar aqui hoje para a gente é muito importante, de como a gente faz da nossa arte combustível. As aparências não enganam, e a polícia e o estado mostram isso para a gente todo dia”, disse Jup.

    Escolhida como a melhor atriz por Temporada ao viver uma mulher do interior que se muda para Contagem, Grace Passô foi aplaudida de pé pelo público que acompanhou a entrega dos troféus. “É muito bom poder admirar um homem em 2018”, disse ela, dando recado ao diretor mineiro André Novais Oliveira.

    “Esse troféu diz respeito a uma porção de militâncias que desentortam o olhar. Para que pessoas como eu possam ser vistas, olhadas e possam ensinar a sociedade. Sou uma das pessoas do elenco, existe todo um conjunto de pessoas que constrói a narrativa. Esse troféu diz respeito à equipe inteira”, completou.

    Beatriz Seigner subiu ao palco com um largo sorriso para receber o Candango de melhor direção por Los Silencios (SP). “Ter um festival que reconhece a nossa voz, do jeito que a gente quer falar. Ter políticas públicas que nos permitem ter acesso aos meios de produção, que estão em risco por esse governo de desmonte. É maravilhoso pode estar aqui junto com vocês. Um amigo me falou: é o primeiro prêmio da Ursal, né?”, brincou.

    “Queria dedicar a todas as mães que vem perdendo seus filhos. Alegria enorme de estar recriando uma nova existência com vocês”, completou a cineasta.

    Aldri Anunciação, melhor ator por Ilha (BA), também dedicou a honra à comunidade negra. “Não existe atuação, existe coatuação. Eu não estou só aqui. Atrás existe uma comunidade de negros e negras. Quero dividir esse prêmio com Mário Gusmão, ator negro de 90 anos e que nunca ganhou um prêmio”, homenageou.

    Mostra Brasília: os vencedores
    New Life S.A., de André Carvalheira, foi escolhido pelo júri oficial como o melhor longa do segmento de pratas da casa do festival. Entre Parentes, documentário de Tiago de Aragão, venceu o troféu de melhor curta. O título também ganhou em melhor fotografia.

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    Na abertura da cerimônia, dezenas de cineastas subiram ao palco para anunciar a criação da Associação de Produtores Independentes (API). “Nasce com desejo de congregar e fortalecer as empresas independentes. Nosso objetivo é representar de forma organizada essa significativa parcela da produção brasileira. Já contamos com 100 empresas produtoras de 22 estados brasileiros”, leu o produtor Thiago Macedo Corrêia, do longa Temporada.

    O secretário de Cultura, Guilherme Reis, anunciou no palco que será lançado na próxima sexta (28/9) o edital do FAC (Fundo de Apoio à Cultura) voltado ao audiovisual. Ele informou que o fomento será em torno de R$ 27 milhões.

    Acompanhe ao vivo o anúncio dos vencedores:

     

    Cerimônia de encerramento e premiações do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Transmissão sem som até o início da cerimônia)

    Cerimônia de encerramento e premiações do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

    Posted by Festival de Brasília do Cinema Brasileiro on Sunday, September 23, 2018

    Veja a lista dos vencedores do 51º Festival de Brasília:

    MOSTRA COMPETITIVA – Troféu Candango

    LONGA-METRAGEM

    Melhor filme

    Temporada (MG), de André Novais Oliveira

    Melhor filme pelo júri popular (Petrobras)

    Bixa Travesty (SP), de Claudia Priscilla e Kiko Goifman

    Melhor direção

    Beatriz Seigner, por Los Silencios (SP)

    Prêmio especial do júri – pelo sensível firme do retrato da nossa história

    Torre das Donzelas (RJ), de Susanna Lira

    Menção honrosa

    Linn da Quebrada e Jup do Bairro, personagens de Bixa Travesty (SP)

    Melhor atriz

    Grace Passô, por Temporada (MG)

    Melhor ator

    Aldri Anunciação, por Ilha (BA)

    Melhor atriz coadjuvante

    Luciana Paes, por A Sombra do Pai (SP)

    Melhor ator coadjuvante

    Russão, por Temporada (MG)

    Melhor roteiro

    Ary Rosa, por Ilha (BA)

    Melhor fotografia

    Temporada (MG)

    Melhor montagem

    Karen Akerman, por A Sombra do Pai (SP)

    Melhor direção de arte

    Temporada (MG)

    Melhor trilha sonora

    Bixa Travesty (SP)

    Melhor som

    A Sombra do Pai (SP)

    Prêmio da crítica (Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine) para o melhor longa

    Los Silencios (SP), de Beatriz Seigner

    Prêmio da crítica – melhor curta 

    Mesmo com Tanta Agonia (MG), de Alice Andrade Drummond

    CURTA-METRAGEM

    Melhor curta-metragem

    Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados (MG/PE), de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito

    Melhor curta-metragem pelo júri popular

    Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ), dos irmãos Carvalho

    Prêmio especial do júri

    Liberdade (SP), de Pedro Nishi e Vinícius Silva

    Melhor direção

    Nara Normande, por Guaxuma (PE)

    Melhor atriz 

    Maria Leite, por Mesmo com Tanta Agonia (MG)

    Melhor ator

    Fábio Leal, por Reforma (PE)

    Melhor atriz coadjuvante

    Noemia Oliveira, por Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ)

    Menção honrosa – melhor atriz coadjuvante

    Rillary Rihanna Guedes, por Mesmo com Tanta Agonia (MG)

    Melhor ator coadjuvante

    Uirá dos Reis, por Plano Controle (MG)

    Melhor roteiro

    Fábio Leal, por Reforma (PE)

    Melhor fotografia

    Ana Santos, por Mesmo com Tanta Agonia (MG)

    Melhor montagem

    Plano Controle (MG)

    Melhor direção de arte

    Guaxuma (PE)

    Melhor trilha sonora

    Guaxuma (PE)

    Melhor som

    Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados (MG/PE)

     

    OUTROS PRÊMIOS

    Prêmio Zózimo Bulbul

    Impermeável Pavio Curto (BH), de Higor Gomes

    Eu, Minha Mãe e Wallace (RJ), dos irmãos Carvalho

    Ilha (BA), de Glenda Nicácio e Ary Rosa

    Prêmio Canal Brasil – para o melhor curta da mostra competitiva

    Mesmo com Tanta Agonia (MG), de Alice Andrade Drummond

    Prêmio Marco Antônio Guimarães – para o melhor uso de material de arquivo

    O Outro Lado da Memória (DF), de André Luiz Oliveira

    Prêmio Conterrâneos (fundação CineMemória) – para o melhor documentário do festival

    O Outro Lado da Memória (DF), de André Luiz Oliveira

    Prêmio Saruê – entregue pelo Correio Braziliense ao melhor momento do festival

    Bixa Travesty (SP), Claudia Priscilla e Kiko Goifman

    Mostra Caleidoscópio – Prêmio Aquisição Prime Box Brasil e Prêmio Técnico VOD Tamanduá

    Os Sonâmbulos (MG), de Tiago Mata Machado

     

    MOSTRA BRASÍLIA – 23º Troféu Câmara Legislativa

    Melhor longa-metragem

    New Life S.A., de André Carvalheira

    Melhor curta-metragem

    Entre Parentes, de Tiago de Aragão

    Melhor longa-metragem pelo júri popular (Petrobras)

    O Outro Lado da Memória, de André Luiz Oliveira

    Melhor curta-metragem pelo júri popular (e Prêmio Ciario/Naymar)

    Terras Brasileiras, de Dulce Queiroz

    Melhor direção

    André Luiz Oliveira, por O Outro Lado da Memória

    Prêmio especial do júri – pelo conjunto da obra

    A Roda da Fortuna, de Luciano Porto

    Melhor atriz

    Presidiárias do curta Presos que Menstruam

    Melhor ator

    Murilo Grossi (New Life S.A.)

    Menção honrosa

    Nathalia Schuller, atriz mirim de Monstros

    Melhor roteiro

    Para Minha Gata Mieze

    Melhor fotografia

    Entre Parentes

    Melhor montagem

    A Praga do Cinema Brasileiro

    Melhor direção de arte

    O Outro Lado da Memória

    Melhor trilha sonora

    O Outro Lado da Memória

    Melhor edição de som

    Riscados pela Memória

     

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