Rua Teresa: colapso no comércio de Petrópolis após mortes e destruição

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De Petrópolis – No principal polo comercial de vestuários da Região Serrana do Rio, a Rua Teresa, em Petrópolis, Luciane Ramos, de 49 anos, perdeu parte de seu salão de beleza, construído há 12 anos.

Durante a forte chuva que atingiu a cidade imperial na última terça-feira (15/2), a via acabou fortemente castigada pela enxurrada que, segundo relatos, começou no morro da Rua 24 de Maio, localizado na parte de trás da Rua Teresa. Após uma barreira cair na região, a água  desceu por escadarias que ligam o local à comunidade.


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Luciane é dona do estabelecimento de três andares e diz nunca ter presenciado nada semelhante. Por volta das 17h, a água desceu “numa velocidade muito grande, como se fosse uma cachoeira”. Segundo ela, a pressão entortou portões e grades do prédio onde fica seu negócio.

“Quando não teve mais vazão para a rua de baixo, foi entrando nas lojas. Tudo em fração de segundos”, contou ao Metrópoles. “Foi muito surreal! A gente saiu correndo para o terceiro andar do prédio, porque era o único que não foi atingido”.

O estrago no primeiro andar, onde fica um espaço de estética, ainda não pôde ser contabilizado, já que o acesso está impedido por cerca de 40 centímetros de lama. No segundo piso, Luciane diz que, após uma grande limpeza, o único reparo necessário é a troca do piso.


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Seu Genis Valentim, 58, é o zelador do prédio comercial, além de morador da Rua 24 de Maio. “Foi uma cena horrível, a água vinha levando tudo. Os carros saíram pelas ruas, foram levados pela água. Era muita água. A sensação foi de completa impotência”, contou. Confira o vídeo do momento em que o local foi atingido:

“Perdi 70% da loja”

Dono de um minimercado na região central de Petrópolis há cerca de 16 anos, Guilherme Ivo, 51, conta que a água no local subiu em poucos minutos, e atingiu 1,5 metro de altura. “Já passei por cinco enchentes aqui, essa foi a pior de todas. Fora essa, a outra mais forte tinha dado meio metro de água na loja só”, disse o comerciante ao Metrópoles.

Segundo ele, os vendedores não tiveram tempo nem de subir os produtos. “Ficou tudo debaixo d’água”, conta.


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O restabelecimento do empreendimento, de acordo com ele, será demorado. “O primeiro passo é tirar tudo e higienizar a loja, o cheiro aqui está horrível. Os produtos vão todos para o lixo, mas temos que ser rápidos, porque as pessoas estão pegando comida estragada aqui na rua”, contou. 

“A gente contava com menos movimento já com a pandemia. Vínhamos engatinhando nos últimos dois anos. Precisamos, contra vontade, demitir funcionários nesse período. Agora, só vendo como vai ser. Vamos colocar tudo no lugar e Deus vai ajudar a gente a seguir.”

Prejuízo no comércio chega a R$ 78 milhões

De acordo com o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFECRJ), as chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis provocaram um prejuízo de R$ 78 milhões nos estabelecimentos. O levantamento ouviu 245 comerciantes da região nos dias 16 e 17 de fevereiro.

De acordo com a análise, 65,8% dos comerciantes tiveram uma queda considerável no faturamento, enquanto 32,4% tiveram o estabelecimento ou depósitos alagados. A forte chuva foi responsável pela interrupção de 27% do abastecimento de insumos necessários à atividade, enquanto 23,4% do comércio sofreu com a falta de funcionários.

Além disso, 22,5% dos empresários relataram danos na estrutura física do estabelecimento e 20,7% disseram ter perdido mercadorias. A pesquisa mostrou ainda que 53,2% foram afetados em mais de uma forma.

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