Aluno denuncia professor de academia por constrangimento: “Odor forte”

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O aluno de uma academia do Distrito Federal denunciou um professor de educação física, após sofrer humilhações e constrangimentos por parte do profissional. O jovem, de 23 anos, diz ter sido abordado após o treino. O funcionário do local teria dito que o rapaz exalava cheiros desagradáveis durante os exercícios e questionado se ele usaria anabolizantes. O educador teria, ainda, cobrado higiene pessoal do aluno, pois, segundo ele, seu odor estaria incomodando os demais frequentadores do estabelecimento.

Segundo o universitário João Pedro Costa Figueiredo, o episódio ocorreu na academia World Gym, do Itapoã. “A conduta do professor foi extremamente antiprofissional. Quanto à academia, por parte do preparo dos profissionais, falta um pouco mais de sensatez, sensibilidade e preparo para lidar com os alunos”, criticou.

Segundo o rapaz, na quarta-feira (24/8), Will Gonçalves, o professor, o chamou para conversar em uma das salas da academia, após o treino. O aluno achou a postura estranha, mas foi.

“Quando a gente entrou na sala, ele me perguntou se eu usava anabolizantes de algum hormônio. Eu falei que não. Não tomo nada”, contou. O aluno questionou o por quê da pergunta e o instrutor teria dito que uso de anabolizantes poderia gerar efeitos colaterais, como odor mais forte. “‘Cheiro de macho’. Ele falou com essas palavras. Eu achei estranho”, relembra.

João Pedro voltou a perguntar o motivo da conversa e o instrutor afirmou que um grupo de alunos teria reclamado do cheiro dele durante os treinos. “Ele disse que, segundo os colegas, quando eu estava treinando, exalava um odor, um cheiro muito forte. Isso estaria incomodando muito”, lembrou. “Quando ele falou isso, fiquei sem reação, estático, super sem graça. Não tem adjetivo para descrever”, desabafou.

Após o constrangimento, o aluno relatou ter dito ao instrutor que todos que vão à academia transpiram. Will, no entanto, insistiu, e disse que o cheiro dele era “mais forte do que o normal”.

“No final da conversa, ele veio dando conselho para mim em relação a minha higiene. Achei um absurdo. Ele disse que eu tinha que me cuidar mais, que eu era mais pacato. A forma como ele se dirigiu a mim foi extremamente antiprofissional. Nenhuma pessoa tem direito de chegar para outra e citar esse tipo de absurdo”, assinalou.

Logo depois, a vítima procurou o responsável pela unidade para reclamar do instrutor. “Eu expliquei a conduta do professor. Contei que me senti humilhado”, detalhou. O coordenador da academia, então, pediu desculpas várias vezes e disse que não conseguia controlar a conduta dos colaboradores. Teria, ainda, oferecido a possibilidade de cancelamento da matrícula, o que foi aceito.

Notificação

João não pretende voltar a malhar na unidade. Mas enviou a eles uma notificação extrajudicial, redigida pelo advogado Paulo Alexandre Silva.

“Ao buscar, inicialmente na forma extrajudicial, por composição, a indenização pelo dano irreparável sofrido, o notificante, em verdade, busca que a notificada se adeque aos padrões normais dos prestadores de serviço da mesma natureza que são voltados exclusivamente ao consumidor, bem como que a indenização perseguida sirva de desestimulo a condutas futuras da mesma natureza no ambiente da notificada, porquanto o que chama a atenção é a forma da abordagem e o local: sem nenhum motivo e sem o preparo do profissional que realizou a advertência ao aluno da academia”, comentou o advogado.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a World Gym Itapoã. Por nota, a academia alegou que tomou conhecimento do caso na quinta-feira (25/8), após o contato da reportagem. A administração afirmou que adotará todas as medidas necessárias para apurar as acusações.

A academia garantiu “ter compromisso em seguir as melhores práticas de qualidade internacional exigidos pela marca, promovendo treinamento rigoroso e constante da equipe de colaboradores”. Quanto ao funcionário citado, a World Gym Itapoã disse nunca ter recebido “qualquer reclamação acerca de sua conduta, ao contrário, é um colaborador muito querido pelos alunos”.

A reportagem também procurou Will Gonçalves, que alegou “estar triste com a repercussão do caso”. Segundo ele, a conversa com o aluno foi reservada e “não teve incursão na vida privada dele”.

“Apenas informei sobre reclamações, a fim de evitar omissão da academia em caso do referido aluno ser interpelado por outros alunos descontentes. Assim, tenho a convicção de que agi com toda a cautela e discrição exigidas para o caso, de modo que a publicação se deu por exclusiva vontade do aluno”, explicou em nota.

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