DF tem ambulatório que trata gratuitamente mais de 700 hemofílicos

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O Ambulatório de Coagulopatias Hereditárias, sediado na Fundação Hemocentro de Brasília, completou em agosto deste ano 10 anos de funcionamento no Distrito Federal. A unidade, referência nesse tipo de tratamento, atende A pacientes com distúrbios congênitos da coagulação, dentre eles os hemofílicos.

Atualmente, o serviço acompanha mais de 700 pacientes. O ambulatório é um dos poucos no Brasil que conta com o certificado internacional de excelência na qualidade do atendimento aos pacientes.

Segundo a diretora de ambulatórios, a hematologista Melina Swain, o atendimento multiprofissional oferecido aos pacientes conta com uma equipe de três médicos, três enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem, um psicólogo, um dentista, um técnico de higiene bucal, um assistente social, dois fisioterapeutas, além de seis profissionais na equipe farmacêutica.

“Nós atendemos um público bem específico do DF e entorno. São pacientes que apresentam sangramentos por conta da doença autoimune. No caso da hemofilia adquirida, o corpo da pessoa, passa a produzir, num determinado momento, anti-corpos contra o fator VIII que ela mesma produz e, por isso ela passa a ter esses sangramentos nas articulações e músculos, por exemplo”, explica Melina.

Além dos atendimentos no ambulatório e do gerenciamento e distribuição dos medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o ambulatório é responsável também pelo único Laboratório de Hemostasia da cidade, que realiza os exames para o diagnóstico dos casos novos da maioria das coagulopatias hereditárias e o acompanhamento dos pacientes em tratamento.

A jornalista Aliene Coutinho, 58 anos, levou um grande susto com o diagnóstico recente, em julho deste ano. A paciente do ambulatório, na época, precisou ser internada para tratar um problema no trato urinário, porém o diagnóstico foi além do que ela imaginava que poderia ser.

“A minha urina estava muito escura, com presença de sangue. Achei que poderia ser alguma problema renal e precisei ser internada. Porém, os exames não indicavam nenhum problema urinário. Até que, certo dia, minha coxa amanheceu com um grande hematoma escuro e me encaminharam para o hematologista. No ambulatório, fui diagnóstica com hemofilia adquirida”, conta Aliene.

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Logo após a identificação da doença, a paciente começou a ser tratada com uma medicação que controla o surgimento de novos sangramentos. Porém, durante o processo ocorreram outros dois escapes de sangue na tíbia e no dorso do pé. “Mudou bastante a minha rotina. Tenho ficado em casa, não posso pegar peso ou caminhar muito. Além disso, diariamente vou à unidade me medicar”, comenta.

Segundo Aliene, o diagnóstico precoce da doença foi fundamental e um alerta para cuidar ainda mais da saúde. “Sempre fui uma pessoa muito ativa, mas tudo acontece por um propósito. Talvez fosse um sinal para dar uma desacelerada. Felizmente, pude correr atrás de um tratamento como esse pela rede pública e me senti muito bem acolhida”, diz.

Para ela, em alguns casos, o preconceito pode ser uma barreira ao diagnóstico da coagulopatia. “Vemos algumas mulheres que apresentam esses sangramentos nas articulações e músculos e ficam com vergonha de procurar ajuda por acreditarem que os profissionais vão desconfiar que elas estão, na verdade, apanhando”, ressalta.

Comemoração

Em celebração aos 10 anos de funcionamento do ambulatório, ocorreu, na manhã da última quinta-feira (25/8), uma série de palestras no auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs) com médicos especialistas e a presença da presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, Tânia Pietrobelle.

O evento abordou ações para ampliar o tratamento no Brasil, farmacocinética e novas terapias na área de coagulopatias.

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