PCDF investiga se quadrilha está por trás de fraude em concurso da Polícia Penal

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Investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor)  da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apuram se existe uma organização criminosa por trás da fraude no concurso público da Polícia Penal do Distrito Federal, realizado no ano passado.

O esquema foi alvo da Operação Reação em Cadeia, deflagrada nesta quinta-feira (9/3), com apoio das polícias civis de Pernambuco (PCPE) e da Paraíba (PCPB). As equipes cumpriram 33 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos estados da Bahia, da Paraíba e de Pernambuco, para recolher documentos, celulares, entre outras provas. A suspeita é que 33 candidatos teriam cometido a fraude.

Segundo o delegado-chefe da Draco, Rafael Póvoas, as investigações se iniciaram há 45 dias e prosseguem no sentido de saber o modus operandi do grupo. “Não é algo que afastamos, mas precisamos aprofundar nas análises para chegar à organização criminosa responsável”, resumiu.

Veja imagens da operação:

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Padrão nas respostas

Sobre um suposto padrão nas respostas e nas notas que pudessem identificar os candidatos fraudadores, o delegado explicou que a polícia seguiu uma fórmula específica. “Foram padrões de respostas conjugados com análises de vínculos que nos levaram a identificar os possíveis fraudadores. O objetivo na continuidade das investigações é identificar os envolvidos que capitanearam e angariaram interessados em participar da fraude”, ressaltou.

Sobre valores que supostamente teriam sido pagos pelos 33 concurseiros suspeitos de cometerem a fraude, o delegado afirmou que as apurações seguem nesse sentido. “A probabilidade é que tenha havido benefício financeiro sim, mas ainda não conseguimos estimar acerca de eventuais valores que podem ter sido pagos”, disse.

Procurada pela coluna, a Seape informou que o concurso não será suspenso e as demais fases do certame serão mantidas. A pasta informou ter detectado um padrão suspeito nas provas feitas pelos 33 suspeitos e houve uma ação rápida em conjunto com a PCDF. “A Seape identificou as irregularidades e, até o momento, a secretaria trata a fraude como um caso isolado”, diz a pasta.

A operação

A operação, que teve participação de 240 policiais civis é resultado de diligências iniciadas a partir de informações repassadas à Polícia Civil pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape). Levantamentos revelaram que alguns candidatos teriam burlado a isonomia do concurso e se beneficiado indevidamente para aprovação no certame.

A PCPE, por meio da Diretoria de Inteligência (Dintel) e do Comando de Operações e de Recursos Especiais (Core), deu apoio operacional, com cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão nas cidades de Recife, Caruaru, Toritama e Vitória de Santo Antão — estas três últimas na região metropolitana do estado.

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da PCPB cumpriu dois mandados, nas cidades de João Pessoa e Campina Grande. E uma equipe da PCDF se deslocou até a cidade de Jacobina (BA), onde fez buscas em um endereço, enquanto outra equipe da corporação distrital deu continuidade aos trabalhos em Brasília.

Caso as irregularidades sejam comprovadas, os envolvidos poderão responder pelos crimes de fraude a certame de interesse público, organização criminosa e falsificação de documento público, com penas que, somadas, chegam a 15 anos de prisão.

O concurso da Polícia Penal do DF oferece 400 vagas imediatas e 779 para cadastro reserva. O salário inicial é R$ 5.445.

Repressão

A operação compõe uma série de investigações promovidas desde 2015 pela PCDF sobre fraudes que buscam a aprovação de candidatos em concursos públicos.

Nas operações Panoptes e Magister, e nas demais fases delas, os policiais identificaram fraudes nos concursos públicos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), das secretarias de Educação (SEDF) e Saúde (SES-DF), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e do Ministério Público da União (MPU).

Até o momento, mais de 70 pessoas foram indiciadas no âmbito dessas investigações, entre integrantes da organização criminosa responsáveis pelas fraudes; pessoas que prestaram algum tipo de auxílio às fraudes; e funcionários públicos aprovados irregularmente em concursos.

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