Água contaminada, minas flutuantes nas cidades, animais ilhados e resgatados e flora devastada: são alguns dos impactos imediatos provocados pela destruição da barragem de uma represa, nessa terça-feira (6/6), em Nova Kakhovka, na Ucrânia.
Os últimos dois dias após a tragédia foram marcados pelo resgate de pessoas e animais em algumas cidades. No zoológico Kazkova Dibruva, mais de 200 animais morreram depois que as águas inundaram o local, segundo o UAnimals.
Outra preocupação no local é a quantidade de minas terrestres que podem ter se deslocado até regiões habitadas. Segundo o governo de ocupação russo, campos minados instalados pelo Kremlin foram afetados pela inundação.
Em 31 de janeiro, a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) documentou diversos casos de uso de minas terrestres antipessoais pela Ucrânia e Rússia durante a guerra. O material bélico é proibido porque viola a lei humanitária internacional, uma vez que não pode diferenciar civis e combatentes.
Ucrânia e Rússia usaram minas proibidas, acusa Human Rights Watch
A presença de minas terrestres na região está sendo observada pelas autoridades, segundo informações da Cruz Vermelha. Agora, a entidade afirmou que o objetivo é acesso à água para os afetados pela tragédia.
A contaminação da água potável das cidades abastecidas pelo rio Dnieper é outro problema. Foram encontrados:
- resíduos agrotóxicos;
- 150 toneladas de óleo usado no complexo hidroelétrico destruído;
- restos de mineração; e
- pontenciais patógenos oriundos de cemitérios.
De acordo com autoridades locais, cerca de 5 mil pessoas foram retiradas dos dois lados do rio. Até o momento, ao menos cinco civis foram encontrados mortos.
Veja a destruição da barragem:
Explosão destrói barragem de usina na Ucrânia e inunda cidade
Mais de 20 mil pessoas precisaram ser retiradas após a explosão. Governos da Ucrânia e da Rússia trocam acusações sobre autoria do ataque
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— Metrópoles (@Metropoles) June 6, 2023
A destruição da barragem também pode interromper a navegação no rio Dnipro “por muito tempo”, segundo o chefe da Administração de Navegação, Yevhenii Ihnatenko.
“Tal ato terrorista da Federação Russa terá consequências catastróficas para toda a região e para a futura restauração do transporte marítimo em particular”, escreveu Ihnatenko nas redes sociais.
“O portão Kahkovka foi o último no rio Dnipro que deixou os navios saírem para o mar aberto. Efetivamente, eles fecharam a rota para as exportações ucranianas”, afirmou.
No momento, há uma expectativa de que o reservatório de Kakhovka esvazie-se nos próximos dias devido ao rompimento da barragem.
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