No DF, 40% da indústria de games é composta por mulheres, grupos étnicos e pessoas LGBTQIA+

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Seguindo tendência nacional, a Indústria Brasileira de Games do Distrito Federal registrou crescimento no ano passado. Dados do relatório anual da indústria de games do DF, divulgados nessa segunda-feira (8/5), mostram aumento, tanto no faturamento anual, quanto no número de colaboradores inseridos no mercado, quando comparados os valores de 2022 e 2021. Além disso, dos colaboradores atuantes na capital federal, 40% são divididos entre mulheres, grupos étnicos e pessoas LGBTQIA+.

Segundo a pesquisa mais recente sobre a Indústria Brasileira de Games, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), o Brasil é considerado o 5º maior país, em população on-line, com número total de 94,7 milhões de jogadores. E, devido à quantidade expressiva de pessoas conectadas, ganha crescente importância no cenário mundial.

Para Alberto Miranda, 31, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos do Distrito Federal (Abring), o aumento considerável no número de projetos desenvolvidos na capital federal – que saltou de 14, em 2021, para 46, no ano passado – é motivo de orgulho.

“A gente está muito orgulhoso A gente teve uma queda no número de CNPJs, mas era algo de se esperar com tudo que está acontecendo no mundo. Com R$ 1 milhão a mais de faturamento de um ano para o outro, e menos empresas, é um número interessante”, avalia.

Em 2022, as empresas de games do Distrito Federal faturaram R$ 8,5 milhões. Já, no ano anterior, o valor chegou a R$ 7,7 milhões. Ao todo, foram desenvolvidos 46 projetos, sendo 25 deles autorais e 21 de prestação de serviços.

Para Miranda, a indústria brasileira de games funciona em cima de um modelo de jogos indie. “Eles são criados a partir de escopos menores, com uma pegada artística mais estilizada e voltado também para essa questão dos investimentos mais baixo”, explica.

Para o atual presidente da Abring, o número relativo à diversidade dentro dos colaboradores da indústria é bem “significativo”. “Ter 20% de mulheres no mercado é algo relevante e ajuda a pensar nos próximos passos para isso”, afirma.

Dos 182 colaboradores, 20% são mulheres, 10% grupos étnicos e 10% são pessoas LGBTQUIAPN+. Em 2021, o número era de 136 pessoas entre empreendedores, pessoas jurídicas e com carteira assinada.

Veja relatório completo:

Infográfico – Relatório Anual da Indústria de Games do DF 2022 by Felipe Torres on Scribd

“Liberdade criativa”

Para Nany Soares, 29, cofundadora da desenvolvedora Soul Ares, o papel das mulheres vai além do desenvolvimento de games. “As pessoas não levam muito a sério. É uma visão que é de uma mulher, para mulher, como se isso fosse algo negativo, minimizando muito o papel que a mulher pode ter no desenvolvimento de jogos”, critica.

Para a desenvolvedora de jogos, há 4 anos no mercado, o caráter mais “indie” da indústria possibilita uma maior liberdade criativa durante o processo.

“Uma das principais vantagens de você ser um desenvolvedor indie é poder apostar mais nas coisas. Trazer mais ideias, ter uma pegada mais inclusiva e abordar temas que, não necessariamente, são abordados por grandes jogos.”

Uma das principais entraves do atual cenário apontadas por Soares, é a dificuldade na divulgação dos produtos. Soares aponta que a solução para gente ao público é apostar na participação de eventos para possibilitar essa apresentação dos games. “A gente leva um jogo, leva a máquina e apresenta a demo para as pessoas”, completa.

Desenvolvedor veterano

Presente na capital federal há 11 anos, a desenvolvedora Firastar tornou-se uma das mais antigas a atuarem sob demanda na criação de jogos.

Anthony Viana, 31, um dos sócios da desenvolvedora, afirma que um dos pontos mais sensíveis é o diálogo com o setor público.

“A gente briga muito para ter editais não para empresas consolidadas, mas para quem está começando. Para quem quer desenvolver seu primeiro projeto, ir para eventos internacionais para tentar conseguir mais recursos”, explica.

Na capital federal, os editais públicos são o principal canal de fomento da indústria que, segundo Viana, conta com uma boa mão-de-obra especializada.

“Cada vez mais, a gente tem diálogos com as universidades de Brasília mais preocupadas em formar pessoas para o mercado de trabalho. Temos essa mão-de-obra qualificada sem pagar pelo valor do eixo Rio-São Paulo.

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